Pelas regras atuais, manter o dinheiro aplicado na poupança renderá 70% da taxa Selic que (na data desta matéria) está em 2% a.a. Considerando simplesmente essa relação, a poupança pagará então aproximadamente 1,40% ao ano, ou 0,12% ao mês.

Se descontarmos a inflação oficial do país que, em 2020, fechou em 4,52%, quem possui dinheiro na poupança acabou tendo então uma desvalorização no período.

Na reunião do COPOM, em 20 de janeiro e 2021, o Banco Central (BC) manteve a taxa de juros básica da economia (Selic) em 2% ao ano, mas retirou o que eles chamam de “forward guindaste” que, bem resumidamente, significa que o BC não tem mais o compromisso de manter as taxas de juros sem elevação, ou seja, desta reunião para frente, se entenderem que há a necessidade de aumentar a taxa de juros, assim será feito.

Mesmo assim, caso hajam aumentos da taxa de juros, isso se dará de forma gradual e não serão tão representativos a curto prazo, significando ainda a continuidade de um baixo retorno de aplicações como poupança, CDB, CDI e demais opções de rena fixa ou fundos atrelados a estes indicadores.

Logo, para tentar obter uma rentabilidade maior sem aumentar muito o risco, o investidor pode procurar por opções de aplicações como:

• Títulos do Tesouro Direto;
• CDB Prefixados

Observando que a liquidez (tempo para resgatar o dinheiro), dessas duas opções se torna bem menor que a da poupança, que é resgate imediata e, ainda, observar as taxas e percentuais de imposto de renda envolvido nas operações pois, também, a poupança é livre de quaisquer taxas.

Ainda assim, tanto os títulos do Tesouro Direto quanto CDB Prefixados trarão maiores retornos ao investidor comparados com a poupança, principalmente aqueles com um maior prazo de vencimento, que podem durar anos.

Títulos do Tesouro Direto

No caso dos títulos do Tesouro Direto (sugiro a leitura da matéria específica sobre “Como investir no Tesouro Direto”) há opções de:

• Títulos prefixados, ou seja, o investidor sabe qual é a rentabilidade fixa do investimento caso mantenha a aplicação até o vencimento do título;
• Títulos prefixados com juros semestrais, onde o investidor receberá a cada seis meses a rentabilidade proporcional do período, com base na rentabilidade anual prefixada;
• Títulos atrelados a índices como Selic e IPCA, somados a algum percentual adicional e com data de vencimentos diversos.

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

Hoje em dia quase todos os bancos possuem opções de investimentos em CDB que, resumidamente, seria como se fosse um empréstimo em que o investidor oferece para o banco, a uma taxa de retorno que poderá ser pósfixada, prefixada, ou até mesma atrelada à inflação.

Geralmente estes tipos de investimentos são seguros, garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para aplicações de até R$ 250 mil reais e costumam ter uma rentabilidade maior que a da poupança, principalmente quanto maior for o período contratado para a aplicação.

Afinal, migrar ou não o dinheiro da poupança para alguma destas opções de investimento com maior retorno?

Nos tempos atuais, com a Selic em mínima histórica, qualquer investimento que retorne melhor que a poupança (e que a inflação) será válido!

Caberá ao investidor definir uma quantia que precisará de liquidez imediata, com utilização prevista em menos de 24 meses, mantendo então este valor na poupança e, assim, definir qual o restante que poderá então ficar aplicado por um tempo maior nestas outras opções de investimento.

Definido as quantias/percentuais mencionados, caberá ao investidor verificar as diversas opções de títulos de tesouro direto (no próprio site do Tesouro Direto) que estarão mais alinhados com sua estratégia e, no caso de optar por CDB, verificar em seu banco e/ou corretora as melhores opções com retornos interessantes a longo prazo, que também casem com o seu perfil e suas necessidades.

Bons investimentos!